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Journal of the American Medical Association e o suicídio

O ilustre Journal of the American Medical Association (Jama) disse que foi enganado por um estudante de Medicina, que escreveu matéria mentirosa sobre um americano do Alasca que, em seus 97 anos, caminhou em direção ao Oceano Ártico para congelar até morrer.

O estudante Sethal Shah apresentou sua história como fato. Mas o ex-supervisor de Shah afirmou não haver tal vítima de suicídio, dizendo que a notícia publicada perpetua o mito sobre uma tradição que não existe. Segundo Lindsey Tanner [The Associated Press, 21/8/01], em carta publicada no periódico em 15 de agosto, o estudante se defendeu, dizendo ter se baseado em histórias que ouviu de moradores no período em que esteve no Alasca. Afirmou ter criado a história para chamar atenção para "questões sobre o fim da vida."

Michael Swenson, médico que supervisionara Shah, disse que o relato apresenta um estereótipo nocivo sobre a atual sociedade iupik, onde o desespero entre idosos é bem menos comum do que o visto em culturas urbanas. Catherine DeAngelis, editora do Jama, ficou furiosa. Disse que os editores abordam autores de ensaios quando estes parecem suspeitos, mas o processo é falho. "O que poderíamos fazer? Submeter os ensaístas a detectores de mentira?"

Dr. George Lundberg, editor-chefe do Medscape.com, sítio de informações médicas, disse que editores de periódicos como o Jama se preocupam muito ao publicar pesquisas que suspeitam ser fraude ou invenção, mas não têm dinheiro para checar cada ensaio. Lundberg já foi editor do Jama e, na ocasião, passou por saia justa semelhante à de Catherine.

 

(fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ofjor/ofc290820011.htm )

 

 

 

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